Hoje eu quero falar, mais uma vez, sobre algo muito sério. A relação entre sobrepeso/obesidade, diabetes, câncer e doenças cardíacas.


A questão da obesidade não é apenas estética. Se assim fosse, resolveríamos com o “cada um cuida da própria vida”. Mas, infelizmente, não é assim.


O alerta é mundial e atual. O aumento do número de pessoas com excesso de peso, que hoje atinge mais de 50% da população no nosso país, é preocupante. 


Se essa realidade não mudar agora, a fim de reverter a curva de crescimento da obesidade, em 2025, o Brasil contará com cerca de 11,3 milhões de crianças com excesso de peso.


Isso representa cerca de 400 mil pessoas com pré-diabetes, 150 novos diabéticos e 1 milhão de pessoas com hipertensão, segundo estimativas do Ministério da Saúde. 


E quando a gente observa as previsões que relacionam todo o planeta, cerca de 700 milhões de crianças serão obesas se nada for feito.


Mas como eu mencionei a princípio, o grande problema não é estético e, sim, problema de saúde.


Os riscos das doenças cardiovasculares causadas pelo excesso de peso e pela obesidade mostram dados muito sérios.


Um exemplo: em cada 6 doenças que mais levam à óbito no Brasil, 4 estão diretamente ligadas à obesidade.


São elas o acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, diabetes e hipertensão. Quando associadas, elas são responsáveis por cerca de 72% dos casos de morte.

Coração e Obesidade

A obesidade e o sobrepeso alteram toda a estrutura e tamanho do coração, além de comprometer o funcionamento. 


A lógica é a seguinte: quanto mais gordura uma pessoa tem, maior terá que ser o esforço do coração para conseguir bombear o sangue. 


E quanto mais células de gordura, maiores serão os riscos de entupimento das artérias e maior será a dificuldade do músculo trabalhar.


Se os fatores de risco forem tratados, as placas de gordura que estão depositadas nas artérias podem diminuir bastante. 


Seja qual for o método de tratamento utilizado, essas placas permanecem nos vasos. Em condições normais de saúde, as chances de acontecer algo do gênero diminui. 


De uns quilinhos a mais para o primeiro grau de obesidade, o percurso é pequeno. Por isso, é importante a conscientização

Diabetes e Obesidade

O excesso de gordura corporal também é responsável pelo aumento da produção de insulina pelo pâncreas. 


A insulina é um hormônio que atua na entrada de glicose nas células, promovendo a redução dos níveis de glicose no sangue. 


Quando o pâncreas produz uma quantidade de insulina acima do normal e de forma constante, que é o que acontece na obesidade, a capacidade funcional do pâncreas vai ficando deficiente. 


Isso quer dizer que a obesidade faz com que o pâncreas trabalhe muito mais, podendo levar à resistência à ação da insulina. 


Resistência insulínica é o nome que se dá ao quadro de produção aumentada de insulina que não consegue cumprir a sua função como deveria e pode levar ao desenvolvimento do diabetes. 


O excesso de peso e, principalmente, o acúmulo de gordura na região abdominal são os fatores mais importantes para o desenvolvimento de resistência à ação da insulina.


Esse é o indicativo que a pessoa provavelmente vai desenvolver diabetes. Os pontos de corte utilizados para avaliação da circunferência abdominal são: 

Além disso, a obesidade está relacionada a um quadro inflamatório crônico que contribui para piorar ainda mais a resistência insulínica.


Portanto, a obesidade pode sim levar ao desenvolvimento do diabetes. Então manter um peso saudável e níveis de gordura abdominal dentro da faixa recomendada podem contribuir para reduzir o risco de desenvolver a doença.

Câncer e Obesidade

A obesidade ocupa a segunda posição entre as prováveis causas de câncer, só perdendo para o cigarro.


Algumas pesquisas recentes relacionam a obesidade ao aparecimento de câncer no intestino grosso, na mama, na camada interna do útero (endométrio), nos rins e de um tipo de câncer no esôfago (adenocarcinoma). 


Alguns outros estudos têm registrado, ainda, a associação entre obesidade e câncer de vesícula biliar, ovários e pâncreas, mas essa associação depende de mais pesquisas.


Por ser uma doença inflamatória, onde diversos mediadores bioquímicos são secretados na circulação e podem possibilitar a proliferação celular, a obesidade aumenta as chances de desenvolver o câncer. 


Embora o mecanismo exato ainda não esteja bem esclarecido, é possível que o aumento do risco de alguns tumores como o de mama, do endométrio e do intestino grosso em obesos, pode ter relação com os hormônios sexuais (estrógeno, progesterona e androgênios).


Pode ser também que seja o resultado de alterações nos níveis e fatores de crescimento ligados à insulina. 


É importante entender que no câncer de mama, especificamente, o risco em mulheres pós menopausa e obesas pode ser até 2 vezes maior.


E da mesma maneira, aumenta também o risco de mortalidade em decorrência do câncer quando comparado com mulheres não obesas na menopausa. 


Existem evidências que falam da associação do câncer do intestino grosso com a obesidade em homens, mas ainda não se comprovou se isso também acontece com mulheres.


A maioria das pessoas acredita que a obesidade causa apenas problemas cardíacos e diabetes, porém é preciso salientar que também é um importante fator que influencia a maior incidência de câncer. 


Prevenir ou tratar a obesidade é fundamental para reduzir a incidência de câncer.

Prevenção e tratamento

A obesidade é uma doença crônica e exige tratamento sério e contínuo. A combinação de atividade física e dieta equilibrada é a melhor maneira de afastar o risco de desenvolver diversas doenças.


Além de emagrecer, com pequenas mudanças no estilo de vida é possível reduzir em até 60% o risco de desenvolver muitas doenças cardiovasculares.


Sendo assim, não espere a segunda-feira chegar para começar a cuidar do próprio corpo. Você terá uma vida muito mais saudável e com qualidade.

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    5 replies to "A relação entre sobrepeso, diabetes, câncer e doenças cardíacas"

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